Conversão pastoral» motiva evangelização no Brasil, afirma cardeal
Dom Odilo Scherer recorda que idéia já aparece na Evangelii nuntiandi

Por Alexandre Ribeiro

O cardeal Odilo Pedro Scherer afirma que a motivação de fundo que orientou a elaboração das novas Diretrizes da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) é a «conversão pastoral».

O episcopado reuniu-se em assembléia plenária de 2 a 11 de abril, período em que discutiu e aprovou as novas diretrizes para a evangelização no país nos próximos três anos.

Em artigo difundido pela arquidiocese de São Paulo esse domingo, o arcebispo explica que «conversão pastoral» significa: «de uma atitude de mera conservação daquilo que a Igreja é e do ponto no qual nos encontramos, passar para um “estado permanente de missão”».

Dom Odilo destaca que a expressão é da Conferência de Aparecida, «mas esta preocupação não é nova», pois já aparece na Evangelii nuntiandi, de Paulo VI, de 1975.

Também o Papa João Paulo II, «em mais de uma ocasião, retomou esta mesma reflexão».

De acordo com o arcebispo, «não é que a Igreja deixará de cuidar e conservar aquilo que tem e lhe é próprio; mas a “herança apostólica” não é bem arqueológico nem deve ser guardada na gaveta ou nos arquivos da história, mas precisa ser comunicada à humanidade, como “boa notícia”».
«A Igreja existe para a missão e esta convicção precisa passar para as atitudes de todos os seus membros», afirma.

Dom Odilo destaca que «a Igreja no Brasil, com todos os seus membros, quer continuar a oferecer o Evangelho do reino de Deus como sua contribuição para que “nossos povos tenham vida”».

«E o fará com a atenção voltada para a pessoa, a comunidade e a grande sociedade através dos modos de atuação que lhe são próprios: o anúncio da Palavra de Deus, a celebração da Liturgia e as muitas formas de prática da caridade.»

Segundo o arcebispo, a Igreja «quer colaborar com todos aqueles que também se empenham para que a convivência humana seja sempre respeitosa e digna, justa e solidária».

«Ela quer ajudar a edificar o mundo na perspectiva do reino de Deus», explica.

«A Igreja propõe verdades e valores capazes de dar sentido à vida neste mundo e à convivência da comunidade humana; ao mesmo tempo, oferece um horizonte de esperança, que ultrapassa aquilo que, pelo próprio esforço, o ser humano é capaz de construir para si e para os outros», afirma o cardeal.

FONTE: ZENIT. SÃO PAULO, terça-feira, 15 de abril de 2008. ZP080415. www.zenit.org

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